Hoje foi um dia que praticamente me senti rompendo as leis da física. Parecia que tinha conseguido estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Vejam bem, não reclamo das atribuições e obrigações inerentes ao cumprimento do meu dever principalmente pois tento seguir o lema de "Dar conta de tudo aquilo que me propuser a fazer". Mas, na selva que é o mercado hoje em dia somos obrigados a conviver com pessoas que ignoram as regras mais básicas de conduta profissional e simplesmente não cumprem com suas obrigações. Aí vem os atrasos, as cobranças, os imprevistos, os problemas que viram uma bola de neve e vão corroendo, gradativamente, o seu planejamento diário até que quase tudo que você havia planejado para fazer nos dois primeiros dias da semana se arrasetem até... Deus sabe quando.
Isso tudo me fez lembrar de um filme de 1996, já extremamente batido na televisão e disponível em VHS e DVD. Se chama: Eu, minha mulher e minhas cópias (Multiplicity) e adivinhem qual é a profissão do personagem principal, interpretado por Michel Keaton? Não, ele não é Engenheiro Civil. Ele é um "Contractor", o que em bom português é um empreiteiro. Mas os "Contractors" americanos exercem, basicamente, a função de "tocador de obras", exatamente a mais comum para nós Engenheiros pois, nos Estados Unidos os Engenheiros de obra são mais comuns naquelas de grande porte como pontes, barragens, túneis. As obras mais corriqueiras, principalmente as residenciais são tocadas por empreiteiros. Para quem não conhece o filme o personagem Doug (vivido por Keaton) gostaria de ter mais tempo para a esposa e para poder relaxar um pouco, mas seu trabalho está numa fase difícil, devendo concluir uma grande obra com prazo apertado e problemas diversos, desde sub-empreiteiros (nossos mui-amigos "terceirizados") até fiscais da prefeitura e colegas de trabalho inescrupulosos. Percebe-se que só muda o endereço mas os problemas são sempre os mesmos... Nosso herói consegue entrar em contato com um cientista que lhe oferece a chance de realizar seu sonho. A solução? Clonagem. Doug cria um clone de si mesmo para realizar seu trabalho enquanto ele próprio tenta curtir mais a vida. Daí, uma situação leva a outra, ele não consegue o que quer e pede para que seja criado um segundo clone. A situação aperta tanto que os primeiros dois clone se juntam e criam um clone do clone que, por ser cópia da cópia possui alguns, digamos assim, "problemas de fabricação". Não vou contar a história, se você não conhece alugue o filme e divirta-se. Apoveite para perceber as diferenças incríveis entre as construções das residências americanas e brasileiras, existem várias cenas em canteiro de obras.
Não tenham dúvida, até a ficção já prevê isso, mais cedo ou mais tarde o homem será clonado e o escolhido deverá ser um de nós.
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Um comentário:
Também tens dias, ou a maioria deles, me sinto desta forma.
O nosso grande desafio quanto engeheiro de campo é fazer todos os envolvidos no processo, que não muitos, terem o mesmo comprometimento nosso, pois dependemos de todos para comprirmos os nossos prazos, que geralmente são apertados.
No meu dia-dia procuro cobrar de todos os envolvidos, quer sejam superiores ou subalternos, os recursos que preciso de cada um deles para que não haja atrasos.
É fundamental que nos antecipemos aos problemas, nem sempre é possível, mas o quanto mais nos antecipamos menos desgastes nós temos. O comprometimento tem que ser de todos, senão não funciona. Então sempre procuro me antecipar e trabalhar com a perspectiva de um prazo menor do que aquele que me foi passado, para essa folga poder compensar as adversidades. Não podemos nos acomodar em cobrar de todos, principalmente dos superiores, as suas responsabilidades, pois são eles os primeiros a nos cobrar o atraso.
Desta forma, certamente, estaremos cumprindo o nosso dever. Se não der certo, e a maioria das vezes tem dado, pelo menos cumprimos com a nossa obrigação, desde que o que a nossa parte tenha sido cumprida.
Gostei da indicação do filme, vou locar e depois tercerei meus comentários.
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