27 janeiro 2007

Kit de sobrevivência do Engenheiro

No século passado, no longínqüo ano de 1998, meu primeiro supervisor, o Engº Carlos André Lopes Vieira, disse que para executar seu trabalho ele sempre tinha à mão: uma agenda eletrônica Casio onde armazenava todos os contatos dos fornecedores e colaboradores, que guardava sempre no bolso, uma agenda em papel para planejar seus horários, uma lapiseira Pentel e uma pasta para guardar tudo isso e mais documentos, projetos e toda a papelada inerente ao trabalho do Engenheiro Civil, dizia ele que era o seu kit de sobrevivência. Não sei bem o porquê mas nunca consegui esquecer isso.
Pensando hoje, passados quase dez anos do meu primeiro emprego, quais são aqueles objetos que não posso esquecer em casa quando saio para trabalhar, tudo aquilo que dá uma certo vazio e uma sensação de quase incapacidade quando precisamos, colocamos a mão no bolso, ou mesmo na já citada pasta, e não encontramos?
Talvez a primeira palavra que venha à mente seja celular. No ano de 1998 eu ainda não tinha um e, embora meu amigo Carlos André tivesse um singelo modelo Motorola MicroTAC (como o da foto abaixo, que de micro não tinha nada e, no Brasil, foi o primeiro "tijolão"), a compulsão por seu uso não chegava aos pés do que é hoje. E lembrem-se de que naquela época não havia pré-pago, que hoje corresponde a mais de 80% dos celulares. Hoje o celular é praticamente mais uma peça de roupa que você coloca. Se não sai com ele é o mesmo que sair descalço ou sem camisa. Mas o celular de hoje, além de ter encolhido, é um aparelho convergente que também é usado como agenda telefônica e calendário, dessa forma tornando as agendas eletrônicas praticamente extintas e suas irmãs de papel em vias de extinção.

Em nossa lista atual o celular só não substituiria a pasta e a lapiseira Pentel. E quem não tem uma Pentel no bolso da camisa que jogue o primeiro capacete branco. Isso acho que vai demorar para mudar. Já experimentei inúmeras lapiseiras mas a precisão, durabilidade e resistência dessa marca são lendárias.
E quanto as pastas? Embora os celulares não as tenham substituído não vejo mais muitos colegas com pastas tão volumosas quanto as antigas. Também é uma questão de evolução. Simplesmente a maioria de nossos documentos, projetos, fotos, especificações, contratos... são arquivos de computador. Cada vez mais profissionais estão adotando os chamados PenDrives, aqueles chaveirinhos com "Megas" e hoje até "Gigas" de espaço para armazenamento de tudo que se possa imaginar e, quando sentam para trabalhar, seja no escritório ou na obra, sempre têm um computador onde plugar seu inestimável acessório e continuar o trabalho do ponto em que parou.
E se não tem computador na obra e você passa muito tempo se deslocando, seu melhor amigo pode ser o Palmtop ou o Notebook, estes sim verdadeiros escritórios móveis, os quais mais uma vez vem substituir as agendas e calendários. Quem não brigava, no começo de ano, por aquele calendário de bolso daquela loja de material de construção, que parecia uma santinho? E hoje, quem ainda tem um daqueles no bolso?
Outro item raro antigamente, mas que muita gente levava na pasta (por isso as pastas eram tão grandes) era uma máquina fotográfica. Mas o filme sempre acabava no momento daquela foto perfeita, daquele detalhe importante, ou mesmo daquela falha terrível que você precisava registrar para que nunca mais se repetisse. É, as 36 poses nunca eram suficientes. Hoje provavelmente você anda com mais de uma máquina fotográfica digital e nem mesmo se dá conta, ou seu celular ainda não têm câmera? E mais uma vez o celular. Tem dia que eu mesmo estou simplesmente com três câmeras nos bolsos, uma câmera propriamente dita, uma no Palm e outra no celular. E sempre uso seguindo essa ordem de importância (a câmera do celular sempre por último).
É, nosso kit de sobrevivência mudou muito mas é certo que ele existe, tenho certeza que cada um tem o seu. E você, qual seu item essencial?

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