10 dezembro 2007

Parabéns Engenheiros

Provavelmente esse 11 de dezembro será mais um dia comum, como todos os outros. Trabalho duro, funcionário reclamando, cliente reclamando, fornecedor reclamando, ... você reclamando. Mas, por um breve período de tempo, pelo menos enquanto estiver lendo essa mensagem, alegre-se. Meus parabéns, esse é o nosso dia. Mesmo que ninguém mais lembre disso, respire fundo e refaça seus passos, reflita por tudo o que você passou até chegar aqui. Os obstáculos e as alegrias, as pessoas que, de uma forma ou de outra, ajudaram a lhe formar. Principalmente erga os olhos e perceba o quanto você ainda tem pela frente. E tudo isso, o que foi e o que será, desencadeado naquele longínquo momento quando você decidiu que seria um Engenheiro.

18 setembro 2007

Diário de obra pelo blog

Uma das rotinas desde que comecei a trabalhar com administração de obras é a execução de um diário para cada uma delas. No princípio usando papel e caneta, com papel carbono se precisasse de uma cópia, com o passar dos anos o cumputador veio substituir o papel. Desde que mudei de construtora essa rotina foi quebrada, em parte por, nos últimos tempos na empresa anterior essa tarefa já ser responsabilidade de outra pessoa e também não ser um hábito na empresa atual.
Mas hoje sinto falta de um registro dos fatos mais importantes das obras, não necessariamente com a rigidez e disciplina do preenchimento de um formulário frio e inflexível, apenas relatar e compartilhar informações que julgue importantes.
Então resolvi aproveitar a evolução da tecnologia e a facilidade que é publicar conteúdo na Internet para experimentar o blog como novo meio para o velho Diário de Obra. Na realidade a idéia inicial dos blogs (corruptela de Web Lob) eram servir de diários virtuais para seus usuários.
Então vamos lá. Hoje é 18/09/2007, 9:40h e estou no condomínio Spazio di Leone em Mossoró-RN durante a concretagem da 11a laje (9o pavimento tipo) de sua torre. Está sendo finalizado o lançamento do 2o caminhão de concreto de hoje, 3 no total até o momento, já que a concretagem estava marcada para ontém mas ocorreu um entupimento entre o 1o e 2o carro fazendo com que toda a tubulação tivesse de ser desmontada. A foto anexa é do final do 1o carro de hoje.
Se tudo correu bem esta postagem está no ar graças a um e-mail enviado através de um palmtop (Palm Treo650).

30 agosto 2007

Casa no palito

Se você tem aquele terreno pequeno, mas bem pequeno mesmo, ficará interessado nessa notícia. Um empresa Polonesa, a Front Architecrs, desenvolveu um modelo de residência construído sobre um poste, é a Single Houz. A proposta seria preencher um vácuo do mercado de residências para solteiros, preparadas para serem instaladas em quaisquer tipos de terrenos e, até mesmo, num lago, montanha ....


Parece ser bem interessante e prático, já que é pré-fabricado, embora exista um grande inconveniente para o acesso, que exige uma escada, difícil (se não impossível) para portadores de alguma deficiências de mobilidade. Talvez, para nós Engenheiros, seu maior mérito seja levar a uma reavaliação de nossos conceitos sobre residências levando a novas idéias, o que é realmente muito bom.
Caso alguém se interesse (e arranhe alguma coisa de polonês), visite a página dos criadores. Se algo do gênero vier a ser desenvolvido no Brasil espero que faça tanto sucesso quanto os diversos sabores de espeticnho que já vemos nas ruas.

10 agosto 2007

Notícia velha

Já a algum tempo venho querendo ressucitar o blog e hoje, logo pela manhã, tive um bom motivo para isso. No jornal matinal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, uma notícia chamou minha atenção: Cadê os Engenheiros? (siga o link para a notícia completa). Em resumo é declarado que para ocorrer o espetáculo do crescimento, tão alardeado pelo governo Lula, será necessário a criação de algo em torno de 20.000 postos para Engenheiros apenas para as obras do PAC.



Isso pode ser uma novidade para a maioria da população mas está longe disso para nós que atuamos na área técnica. Tenho vivenciado isso pessoalmente já que trabalho em um empresa em franca expansão, tendo dificuldades em encontrar profissionais da Engenharia Civil, bem como cargos auxiliares como Técnicos em Edificações. Não vou discutir aqui a desvalorização dos profissionais ligados a Engenharia Civil nem mesmo as dificuldades encontradas na rotina diária de nossa profissão, isso fica para outra vez, o assunto hoje é mais abrangente.

Fico apenas surpreso de que a constatação dessa realidade, por parte da imprensa, seja tão tímida (não vi a repetição dessa notícia nos outros jornais da emissora, diga-se Jornal Hoje e Jornal Nacional) e tardia, já que no caso de outras profissões como as das áreas de ensino e saúde a crise é constantemente noticiada. Talvez seja porque nesses casos a influência na população seja maior pois todos têm direiro ao ensino e à saúde (além disso ser uma obrigação do governo) enquanto que o povo já está tão acostumado com a estagnação do país que simplesmente não percebe que o progresso (aquela palavra tímida que vem logo após a ordem em nossa bandeira nacional) está ligado diretamente à produção de riquesas e oportunidades, e esse é o campo fértil das Engenharias. Com isso até mesmo o ingresso na carreira de Engenheiro vem perdendo espaço, dia após dia, para outras carreiras, principalmente atualmente quando existe uma corrida desesperada pelo emprego público, ao qual a maioria reclama da baixa qualidade no atendimento, embora muitos sonhem em se tornar um Barnabé. Vide a verdadeira indústria desses concursos que existe hoje. Ninguém mais sonha na realização pessoal da resolução de problemas e desenvolvimento do conhecimento, só se quer o contra-cheque gordo, a mordomia e a establidade.

Pare um instante e olhe ao seu redor: o computador no qual você lê esse texto, seu celular logo ao lado, todos os materiais que constituem a mesa na qual seu equipamento está apoiado, a lâmpada que ilumina sua leitura, a cadeira na qual está sentado, os óculos que você possivelmente usa, a pasta de dente e a escova que usou pela manhã, até suas refeições, tudo enfim está conectado, sem dúvida houve influência direta de Engenheiros em tudo isso e todos são itens de consumo que geram oportunidade, emprego e riquesas para o país, em conseqüência, crescimento. Está mais do que na hora de se abrir os olhos para essa verdade. A atividade produtiva, as Engenharias e seus profissionais devem ser mais valorizados e incentivados para desenvolver TECNOLOGIA E CONHECIMENTO. É uma receita simples para que o crescimento do país seja uma constante e mais saldável e seguro para a nação do que a política essencialmente assistencialista pregada atualmente.

12 maio 2007

O Tempo

O único bem no universo distribuído com total equilíbrio à todos, sem distinção social, cultural, financeira, religiosa... seja o mais humilde ou o mais poderoso dos homens, cada um recebe diariamente a mesma quantidade, na mesma proporção. É algo que nos torna semelhantes, que nos torna iguais. Nosso bem mais mais valiso, muitas vezes desperdiçado, outras tão escasso. Quando o aproveitamos ao máximo nos sentimos realizados e tranqüilos, quando não entramos em desespero. Fazemos dele o que nos convém, para o bem ou o mal, para produzirmos ou destruirmos. Somos cuidados com ele, sempre atentos, acompanhando o seu passo, sua infinita seqüencia. Nada que façamos pode alterar seu ritmo, não podemos destruí-lo ou recriá-lo, apenas lembrarmos do que foi e esperarmos o que virá. Não é ele, e sim nós que passamos, ele fica, preciso e infalível. Aproveite ao máximo a parte que lhe cabe pois, com certeza, ela não é infinita.

23 abril 2007

Morte de um Engenheiro


Morreu hoje, 23/04/2007, o Engenheiro Civil e primeiro presidente da Rússia Boris Yeltsin. Sua contribuição para a Engenharia foi, digamos.... nula, mas deixou seu nome na história como o primeiro homem a governar seu país após a queda do comunismo e da cortina de ferro, iniciada po Mikahail Gorbatchev. Entrando assim para nossa galeria de Engenheiros famosos por outros motivos que não sua formação.

01 abril 2007

Parasitas de edificações

Nos últimos tempos a área útil dos imóveis vem diminuindo, principalmente dos apartamentos em prédios verticais. Para nós, brasileiros, isso é uma realidade nova mas para as pessoas dos países desenvolvidos, especialmente as que residem em grandes cidades dos Estados Unidos ou Europa, a falta de espaço e a sensação de claustrofobia nos pequenos apartamentos é antiga. Quem nunca assistiu a um filme ambientado em Nova Iorque, por exemplo, e percebeu que o protagonista mora num apartamento minúsculo (normalmente quarto e sala, às vezes, com banheiro próprio), mal iluminado, sujo e caindo aos pedaços?


Uma pessoa que parece ter vivido essa realidade é Stefan Eberstald, criador do projeto Convertible City e da Rucksack House, um módulo pré-fabricado que funciona como um parasita que amplia o espaço interno do apartamento hospedeiro. (a página oficial está em alemão, embora o link postado esteja traduzido para o inglês, com os cumprimentos do Google Tradutor). O criador enquadra sua obra como uma escultura, "entre a arte e a arquitetura".
Fica registrada a curiosidade, embora essa ignore completamente as normas de zoneamento, principalmente no que se refere à recuos e índices de aproveitamento.

30 março 2007

Caderno analítico de Normas

Para quem tem algum contato com sistemas construtivos à base de cimento, isto é, todos os Engenheiros Civis brasileiros, foi lançado recentemente pela Comunidade da Construção o Caderno Analítico de Normas (disponível para download gratuito no link anterior, em formato PDF) que explora o universo das normas referentes à nove grupos de sistemas:
1 - Fundação;
2 - Estrutura de concreto;
3 - Alvenaria de vedação com bloco de concreto;
4 - Revestimento de argamassa;
5 - Alvenaria estrutural;
6 - Pré-moldados de concreto;
7 - Concreto celular;
8 - Pisos intertravados;
9 - Pisos industriais.

A intenção do texto não é de resumir ou explicar as normas, apenas de disseminar sua existência e, na maioria dos casos, descrever seus pontos relevantes e os riscos de seu não atendimento. Serve também para relacionar as normas atualizadas, ao menos até setembro de 2006. Recomendado também para quem deseja conhecer e pesquisar mais sobre a Comunidade da Construção já que em nosso país as raras iniciativas para melhoria da qualidade da indústria da construção são sempre bem vindas.

17 março 2007

Proteja sua produção

Todos os profissionais relacionados com a indústria da construção geram uma enorme quantidade de documentos, os quais devem ser distribuídos para uma imensa quantidade de profissionais, e para o cliente final. Mas muito poucos se preocupam com a segurança de seus documentos, ao repassá-los à terceiros. Seja apenas um laudo técnico ou um projeto estrutural, a preocupação que seu trabalho seja alterado, adulterado, copiado, em fim, roubado não existe, apenas nos casos em que isso já tenha acontecido pois vale o velho ditado: só se tranca a porta depois de roubado.
Nesse ramo, como em todos as outras atividades humanas, existe tanto os profissionais éticos e honrados quanto os inescrupulosos que esperam apenas uma oportunidade para obter benefícios com o trabalho alheio. E, não se espantem, existem também a figura do clientes desonesto. Aquele que lhe pede uma proposta ou um estudo e, na maior inocência, você prepara seu trabalho, entrega para a apreciação do cliente para que este aprove e você dê continuidade e, sem mais nem menos, não dá mais noticías e, logo após, contrata aquele seu colega, mais barato, e lhe entrega de bandeja "aque estudo" que você criou mas que o tal cliente achou caro, mas interessante.
A grande maioria dos documentos técnicos gerados na Engenharia podem são textos, planilhas e desenhos técnicos (projetos). Textos e planilhas são, normalmente, gerados pelos programas que compõe o MS Office, nos formados DOC e XLS. E a maioria dos projetos são criados pelo AutoCAD.
As opções de segurança nativas do editor de textos Word e da planilha Excel são restritas a: Proteger o documento contra edição, podendo restringir o acesso por senha (Menu Ferramentas => Proteger documento...) ou criptografar e restringir o acesso ao documento (abertura e gravação) com o uso de senha e recomendar sua abertura apenas para leitura (Menu Ferramentas => Opções => Aba Segurança). Ambas as opções são apenas paliativas pois não impedem que seu conteúdo seja copiado e colado em um novo documento que não possua tais restrições. O formato de arquivos padrão do AutoCAD, DWG, não permite qualquer nível de segurança, embora dentro do AutoCAD existam algumas alternativas para restringir o acesso aos documentos, sejam elas: selecionar a opção de Plotar como arquivo (plot to file), o que gera um arquivo com extensão PLT que pode, apenas, ser impresso, mas não editado. Ou salvar o arquivo com a opção Publicar, gerando um arquivo com a extensão DWF, o qual pode ser compartilhado com outros usuários, apenas para visualização, (inclusive com o uso dos navegadores para Internet, sem a necessidade de se possuir o AutoCAD).
Como se vê, estamos muito mal servidos caso seja necessário impedir a alteração e cópia de documentos criados por nós. Mas nem tudo está perdido. Uma possibilidade viável para distribuição de documentos eletrônicos é o padrão PDF (Portable Document Format) criado pela Adobe para a distribuição de documentos eletrônicos entre plataformas diferentes (do Windows ou Linux até palmtops ou mesmo telefones celulares), sem que seja perdida a formatação original do documento. Embora o leitor de documentos PDF(Adobe Reader) seja gratuito, o programa responsável pela criação de tais documentos é pago, e caro (Adobe Acrobat).
Soluções gratuitas (freeware ou opensource) para criação de documentos PDF existem mas são limitadas, acrescentam propaganda indesejada nos documentos gerados ou não possuem as restrições de segurança disponíveis no Acrobat.
Uma das opções de programas que não sofre desses males é o Doro PDF Writer que, após instalado cria uma impressora virtual no Windows a qual pode ser escolhida, antes da impressão, e gera documentos PDF à partir de quaisquer aplicativos que tenham a capacidade de imprimir (inclusive o AutoCAD).


Seu funcionamento é extremamente simples, antes de imprimir selecione o como impressora e confirme a impressão. A janela do Doro PDF Writer será aberta. Na linha superior da janela confirme o local onde o documento PDF será arquivado e seu nome. Informações como autor, assunto e palavras chave podem ser editadas na aba Doro PDF WriterGeneral. Na aba Encryption marque a opção Use 128 bit encryption para ativar as restrições de segurança. Caso queira proibir a impressão e cópia do conteúdo adicione uma senha ao campo Master password for full control e desmarque as opções Allow 'copy and paste' e Allow printing e, caso queira que o documento seja aberto através de um senha, acrescente-a ao campo User password for limited accesss. Pronto, o documento gerado está protegido definitivamente e pronto para ser distribuído.

13 março 2007

Caixa de descarga ecologicamente correta


Para os ecologistas de plantão, que não se conformam com os desperdícios da sociedade moderna, já está a venda (pelo menos no exterior) a Sinkpositive (o nome sugere um trocadilho como "Pense positivo"). Uma tampa para caixa de descarga acoplada que utiliza a alimentação da caixa como lavatório, reabastecendo-a com a água servida, ao lavar as mãos. Também é uma ótima idéia para os banheiros, cada vez menores, dos apartamentos atuais. Salgado é o preço 99,00US$ ou pouco mais que 200,00R$, apenas para a tampa, sem contar com a bacia e a caixa acoplada.

07 março 2007

Quantas dimensões você usa? - Parte I

Em teoria, podemos representar graficamente objetos da vida real em três dimensões (eixos x, y e z). Mas você está enganado se acha que essas são as únicas. Segundo a Teoria da Relatividade de Albert Einstein, a quarta dimensão seria o vetor tempo e, recentemente, cientistas tentam demonstraram matematicamente que existem, sim, cinco dimensões, sendo quatro espaciais mais a quinta, o tempo (leia nota completa aqui).
Segundo esse artigo da Wikipédia, o desenho passou a se tornar um padrão para a representação de projetos (inicialmente dos projetos arquitetônicos) na Renascença, embora sem uma normatização específica. Desde então o uso do "projeto", como conhecemos hoje, tornou-se uma espécie de linguagem técnica para troca de informações, assim como as partituras são para a música.
Por muitos anos os recursos básicos para a execução de projetos foram lápis, papel e alguns instrumentos auxiliares, como réguas, esquadros e transferidores. Representar algo em papel era um trabalho duro e cansativo. E, com poucas exceções, realizados em apenas duas dimensões pois, para o ramo da construção civil, representações em perspectiva (onde a terceira dimensão não é real, sendo apenas uma simulação fixa) eram executadas por poucos profissionais, tão considerados quanto artistas. Tanto que na formação convencional do Engenheiro Civil pouco (ou nada) lhe era transmitido sobre conceitos de desenho em perspectiva, diferentemente do Engenheiro Mecânico que é formado estimulando-se a visão tridimensional, já que a representação de peças mecânicas é, obrigatoriamente, feita em quatro vistas, pela necessidade de precisão de fabricação.



Com o advento dos computadores, principalmente dos computadores pessoais, o processo de representação gráfica de projetos tornou-se uma tarefa bem mais simples, com ferramentas baseadas no conceito CAD (Computed aided design - Desenho auxiliado por computador), cujo maior expoente é o programa AutoCAD da empresa Autodesk. Embora tenha ocorrido toda essa evolução em tão pouco tempo, são poucos os profissionais que utilizam a terceira dimensão a seu favor, no momento de executar seus projetos, mesmo que essa capacidade já seja nativa da maioria dos programas CAD atuais (incluindo-se aí o AutoCAD).
São inúmeras as vantagens agregadas quando da utilização do desenho em três dimensões (3D):
- Melhor representação de detalhes construtivos complexos o que minimiza problemas de compatibilização;
- Possibilidade de simulações de processos, com visualizações em "tempo real", por vários ângulos, inclusive em casos onde não seria possível (ou viável) a utilização de modelos reais, como por exemplo visualizar a movimentação das peças internas de um motor ou de "cortes" deste em pleno funcionamento;
- Possibilidade da aquisição rápida de dados que, só de forma indireta, podem ser conseguidos com representações convencionais (bidimensionais) como determinação de volumes e centros de massa;
- Facilidade de representação para pessoas leigas na leitura de projetos;
- Melhoria no treinamento e transmissão de informações às equipes responsáveis pela execução dos projetos.

Obra com vista para o mar e em clima de montanha


Já existe uma solução no caso da extinção completa dos alimentos (pelo menos os vegetais), consequência de alguma catástrofe como a queda de um asteróide ou guerra nuclear. Chama-se "Cofre do fim do mundo", uma obra financiada pelo governo Norueguês que abrigará, por tempo indefinido, mais de 3 milhões de sementes de espécies vegetais comestíveis. A instalação começará a ser construída nesse mês de março numa montanha na ilha de Svalbard a cerca de 1000 Km da costa da Noruega e será mantida praticamente sem a intervenção humana. Todas as possibilidades foram levadas em conta para que a reserva seja preservada em casos cataclísmicos, como a elevação dos oceanos decorrente de um possível degelo das calotas polares. A notícia completa você lê aqui. Agora, quem se habilita a tocar uma obra praticamente no Pólo Norte?

02 março 2007

Engenharia Renascentista


Da Vince não é apenas parte do título de um livro ou filme polêmico. É, antes de tudo, o nome de uma pessoa com inúmeras designações: pintor, desenhista, anatomista, pensador... Engenheiro; que, como nenhum outro, fez da observação uma ciência e das ciências arte. Leonardo da Vinci foi tão prolífico e diverso em seus registros, gerando milhares de páginas escritas à mão com esboços, desenhos, projetos e discertações nas mais diversas áreas de conhecimento, da ótica à anatomia, do estudo dos pássaros (e do vôo, sua obsessão), passando, claro, pela Engenharia (alguns exemplos podem ser conhecidos nesta página).
Foi aberta ao público, ontém (01/03/2007), em São Paulo, a exposição: "Leonardo da Vinci - A Exibição de um Gênio", com inúmeras miniaturas e recriações de máquinas e outros objetos concebidos por ele.
Uma das peças que mais me impressionou, talvez pela sua simplicidade prática, foi uma ponte autoportante feita apenas com peças de madeira encaixadas, sem qualquer tipo de fixação, seja por pregos, parafusos ou cordas. Apenas a gravidade é utilizada para manter as peças unidas. É incrível as possibilidades que algo tão simples pode conter, até mesmo para os dias atuais. Me vi fantasiando utilizações para a conceito, sendo usado como passarela, escoramento de estruturas de concreto... realmente esse homem ainda tem muito o que ensinar. Imaginem se um indivíduo semelhante fosse encontrado hoje, devidamente estimulado e com modernas ferramentas a sua disposição (como os potentes computadores que utilizamos,em muitos casos, apenas para editar textos) onde poderia chegar?
Para os colegas que pretendem viajar à capital econômica do país em visita à FEICON (Feira Internacional da Construção - Anhembi, São Paulo, de 13 a 17 de março de 2007) essa é uma ótima oportunidade. Segue o endereço: subsolo da Oca no pq. Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, tel. 0/xx/11 6846-6000). A exposição funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. Sábado, domingo e feriado, das 10h às 20h. Os ingressos custam 30,00R$ (15,00R$ meia-entrada). Não há data definida para seu término. Clique aqui para maiores informações.

28 fevereiro 2007

TV para Engenheiros

A TV aberta não nos propicia grandes possibilidades sobre programas relacionados, mesmo que indiretamente, às diversas áreas da Engenharia. Mas, para os que tem a possibilidade de usufruir de uma assinatura de TV, as possibilidades são muitas. Vamos a algumas delas. No The History Channel, dia 4 de março às 21:00h estréia um programa ótimo para os fanáticos por Engenharia, a apresentação de Egito - Construindo um Império, que vai mostrar como os monumentos colossais do antigo Egito foram erguidos, suas técnicas construtivas, materiais e ferramentas utilizadas. É para gravar. Aproveitando, no mesmo canal, dia 03 de março às 20:00h será apresentado, um bloco de Maravilhas Modernas sobre o Coliseu de Roma e, logo após, às 21:00h, outro especial: Roma - Construindo um Império, sobre a Engenharia da Roma antiga, com reprise ao meio-dia e 13:00h do dia 04 de março, respectivamente. Outros programas interessantes, no mesmo canal, são: Desastres da Engenharia (o título poderia ser melhor, mas o programa é bem interessante - confira o horário na página do canal), vários episódios da série Maravilhas Modernas (todos os dias às 20:00h), e a próxima estréia do canal, a série Mega Mudanças, dia 12 de março às 21:00h, que mostra que tudo no mundo, de casas à pontes podem ser transportadas de um lugar a outro.
Outros canais apresentam divertimento garantido para os Engenheiros de plantão. No Discovery Channel Os Caçadores de Mitos, todas as quartas às 20:00h, (os programas completos, não aquela mutilação ridícula que aparece no Fantástico da rede Globo) são diversão garantida e, ao meu ver, podem até ter uma didática interessante para apresentar vários conceitos de Engenharia. Também alguns episódios de séries como Os Pioneiros do Futuro, Revolução Tech, Super Projetos ou Trabalho Sujo (verifique os horários na página do canal).
No National Geografic o programa Engenharia do Futuro, todas as segundas às 21:00h apresenta as mais modernas e avançadas construções da atualidade e Obras Incríveis, todas os domingos às 19:00h, com reprises às terças 23:00h, no mesmo segmento.
É garimpar um pouco pela programação dos canais, preparar o gravador (VHS ou DVD para os mais modernos) e se divertir no final de semana que se aproxima.

Volta à ativa


Não. Eu não estiquei o recesso do carnaval. Não estive doente ou viajando por algum lugar remoto do globo, desprovido de qualquer conexão com a Internet. Eu estive, sim, de mudança... É um mal necessário. Me mudei definitivamente de João Pessoa para Mossoró, aproveitando o carnaval para embalar tudo. Nesse meio tempo não pude, se quer, pensar em postar algo aqui. E, para piorar, meu computador simplesmente pifou. Mas é isso mesmo. Estou de volta para botar a conversa em dia. E um conselho para quem for fazer mudança, e acredite, um dia você também fará: ao embalar seus pertences procure anotar tudo nas caixas pois, com certeza, dias depois que essas chegarem ao destino, muitas ainda estarão lacradas e, no primeiro dia no novo lar, você provavelmente precisará de algo essencial, como a cafeteira e o liquidificador que ainda estou procurando....

13 fevereiro 2007

Construção verdadeiramente industrializada

Hoje, conversando com uma grande amiga, a Engenheira Kycia Cordeiro, sobre os problemas enfrentados em uma das obras que acompanho, uma frase foi dita, mais uma vez, entre as infinitas das vezes que já a escutei. "O processo todo ainda é muito artesanal". Realmente, qualquer obra atual, seja no Nordeste ou em São Paulo, o mais poderoso centro econômico do país, uma coisa é certa: o produto acabado é um grande "artesanato". Algo comparado à uma grande escultura ou mesmo um pote de barro. Mesmo que existam dois similares, não existe um igual ao outro. Cada parte, cada pequeno pedaço só está ali porque foi manipulado por pessoas, a matéria-prima foi transformada, transportada e aplicada pelas mãos de diversos indivíduos, independentemente do grau de mecanização da obra. Isso também acontece, em parte, porque o produto final, a obra (principalmente a residencial), mesmo dividido em suas unidades (ou, no caso, apartamentos), são bens extremamente caros, inalcançáveis para grande parte da população. Sendo assim, quem os adquire se sente na obrigação de deixá-los com a sua cara. E isso se torna o maior pesadelo para a viabilidade das construções industrializadas. Vários já tentaram, entre eles Thomas Edison, inventor da lâmpada elétrica, que criou um sistema de formas metálicas para fabricação de casas, já que também era dono de fábricas de cimento. E Buckminste Fuller, o pai do domo geodésico e outro gênio, que também fracassou com sua casa pré-fabricada feita de alumínio a Dymaxion House.
Perguntas ficam no ar. Poderia ser diferente? É possível "industrializar" a natureza humana de querer se destacar, querer ser diferente? Estamos caminhando para isso. Existem pessoas no mundo estudando meios de suplantar os paradigmas da construção tradicional e artesanal para alcançar a construção industrializada e automatizada tentando, ainda assim, se adequar aos desejos de cada cliente final. E não estou falando simplesmente da utilização de materiais pouco tradicionais como gesso acartonado (que só é novo para nós Brasileiros) ou seus similares. São projetos bem mais radicais.



Um desses visionários é o Dr. Behrokh Khoshnevis da Universidade do Sudeste da Califórnia (USC) que criou um processo de construção baseado nos conceitos de CAD/CAM (Desenho Auxiliado por Computador/ Manufatura Auxiliada por Computador) e Prototipagem Rápida, chamado Contour Crafting, onde unidades habitacionais são construídas por robôs, sem a intervenção humana. E não há limites de formado ou dimensões para a execução da construção, as mais variadas formas, inclusive curvas, são possíveis. O vídeo acima demonstra o processo em escala reduzida, com um dos protótipos da máquina, que neste caso utiliza um material a base de gesso. Isso torna possível cirar uma "linha de produção" de unidades que, embora diferentes entre si, são executadas por apenas uma grande máquina, abandonando a figura humana e, consequentemente, a artesanalidade. A animação a seguir demonstra a proposta da máquina em tamanho real.



Pelas demonstrações percebe-se que tal processo é plausível e viável. Resta pensar o que vai ser dos operários de obra quando essa revolução se tornar real. Afinal robôs não descansam, não cobram hora extra, não ficam doentes, não faltam, não têm vícios... não reclamam. Mas também não têm família para criar. Espero que consigamos viabilizar uma solução para essa massa de pessoas que, muitas vezes, vêem na construção civil a única opção de trabalho pois, ainda hoje, as exigências de qualificação são mínimas, conseguindo agregar quem teve menos oportunidade na vida. E, se recuarmos um pouco na história, vemos que tal fato já ocorreu, de forma irreversível, em várias indústrias como a automobilística e a portuária. O que tornou os carros artesanais obras de arte à preços astronômicos e portos dependentes de estivadores, se não completamente extintos, inviáveis economicamente.

12 fevereiro 2007

Nomes curiosos

Quando se fala em obra todos pensam em projetos, orçamentos, prazos, concreto, tijolo... enfim, sempre se forma, quase que imediatamente, uma visão daquilo que cada um, sendo do ramo ou não, relaciona com o assunto. Essas são palavras comuns utilizadas por todos. Mas, na rotina diária, no convívio com os operários e os mestres-de-obra, surgem outras palavras inusitadas e, muitas vezes, divertidas.
São gêneros que vão dos animais às comidas típicas, do vocabulário das fazendas do interior às associações com objetos do cotidiano.
Quem entra em uma obra e presta bastante atenção às conversas dos trabalhadores pode até pensar que entrou em um zoológico por engano, tantos são os nomes de animais que circulam, de boca em boca. É jerica, caranguejo, sapo, cachorra, gato, até mesmo animais extintos como um dinossauro pode dar o ar da graça. Para quem não conhece esse vocabulário pode estranhar mas são nomes comuns. Todos tem origem na criatividade dos operários, seja por não conhecerem o nome real de tal objeto ou apenas por associarem sua forma ou função aos animais.Como jerica (fêmea do equino jerico) que, como seu parente animal, ajuda a levar carga pesada de um lado à outro. Ou caranguejo, ferragem auxiliar para sustentar a armadura negativa de lajes, cuja forma realmente lembra o crustáceo. A bomba submersa, por estar sempre na água e vibrando foi logo apelidada de sapo e a cachorra da obra só late nas horas de início e final do expediente. E gato não existe só em obra, tem muita gente em casa fazendo na entrada de energia, na TV à cabo do vizinho... E o dinossauro? Dinossauro foi o apelido dado ao garfo para paletes utilizado pela grua. Grua? Grua o guindaste, não a fêmea do grou, aquele pássaro grande, das pernas finas com um penacho na cabeça.
E esse tal de garfo para palete? E olhe que não é o único garfo que se encontra em uma obra. Existe também o garfo para escoramento das formas de vigas, além daquele usado nas refeições. Em se tratando de gastronomia, obra também é um prato cheio. Da farofa ao cuscuz como pratos principais, passando à sobremesa com cocada e pirulito, tudo isso podendo ser servido em uma bela bandeja. Mas a farofa e o cuscuz são feitos de areia, cimento e brita, com menos água para a base e um pouco mais molhado e resistente para o corpo... das sapatas é claro. Mas não concrete a sapata sem colocar a armadura do pilar deixando sempre o espaço certo para a forma com a cocada, que de coco não tem nada. E o pirulito, além de adoçar a boca da criançada segura toda a carga dos muros vizinhos. E nossa bandeja não serve comida ou bebida mas também não deixa que qualquer material que cai do alto da obra chegue ao chão, onde poderia causar graves acidentes.
Penso que outra fonte para tanta criatividade venha a ser a origem dos operários. Muitos migram do interior trazendo com eles a saudade da fazenda e, tentando criar um ambiente mais familiar, acabam associando os nomes comuns que usavam. O curral da construção não confina o gado mas cerca toda fundação garantindo sua marcação precisa pelo peão, que não toca a boiada mas sim a obra.
Além dessas, muitas outras palavras curiosas permeiam a rotina das obras, seja o sargento que não tem patente mas nunca deixa o pilar abrir ou a catarina que deve ter sido a amada de algum guincheiro, batizando com seu nome a viga que sustenta seu equipamento de trabalho, a gaiola. Ou o cabelo, ferro que ajuda a amarrar a alvenaria, espalhado por todo o corpo do pilar, exceto o pescoço, sempre dando uma mão-de-força para a parede não cair.
Mas a peãozada não leva a vida na flauta da escora e só descansa no final da semana depois de muito marretar com a sexta-feira.

11 fevereiro 2007

Pacotão de programas matemáticos para Palm

A matemática está presente na vida de todos, mais ainda no caso das profissões técnicas. Não é surpresa que um dos pontos de convergência em todos os ramos da Engenharia sejam os cálculos. Dos mais simples cálculos de perímetro, área e volume até os mais complexos dimensionamentos de estruturas e análises gráficas. Tentando facilitar um pouco nosso trabalho diário, garimpei uma série de programas gratuitos, relacionados à cálculos, para uso com o Palm.



- SpapCalc5: Uma calculadora básica, mas com um grande atrativo: pode ser chamada sobrepondo-se ao programa que você está usando no momento, sem a necessidade de fechá-lo. Apenas instale o snapcalc563.prc, chame o programa pela primeira vez e siga a recomendação de configuração na figura acima. Para usar a calculadora apenas arraste a caneta entre os ícones inferior e superior do lado direito da área de escrita (nos Palms mas modernos uma lupa e uma estrela, respectivamente);


- Duco: Também uma calculadora simples mas efetuando os cálculos com algarismos romanos;



- EasyCalc: Uma das calculadoras científicas mais completas para o Palm e em português. Após o download instale os seguintes arquivos à partir do diretório binary: calc_pt.prc e mathlib.prc. Existe a possibilidade de utilizar a calculadora no modo básico, científico, inteiros ou gráfico. No modo científico existe uma subdvisão de desenhos da calculadora (tecla S, no lado direito do campo de entrada de dados) apresentando desde as funções trigonométricas, cálculos estatísticos como distribuição binomial e Poisson até cálculo com Matrizes. Os cálculos podem ser feitos nos sistemas decimal, octogonal, binário e hexadecimal. As funções trigonométricas podem ser calculadas em graus, grados ou radianos. Para dar a entrada em uma função específica utilize a tecla "f" no canto superior direito.


Talvez a opção mais prática do programa seja a função Solver, localizada no menu Especial que, nada mais é, do que uma maneira de guardar aquelas fórmulas que você mais usa como. Um exemplo prático torna o processo mais claro. Vamos escrever a fórmula para o cálculo de volume de concreto em sapatas retangulares. Ao clicar em Solver escolha New Worksheet, será solicitando o título da fórmula, digite algo como: Vol. sapata retangular. Em seguida se abrirá uma janela com o título escolhido. Logo abaixo, no campo de edição, digite:
v=(a*b*h)+(z/6*(((2*a+x)*b)+(2*x+a)*y))
Clique em Update e perceba que todas as variáveis são apresentadas num quadro abaixo da fórmula. Para identificar cada variável clique em Note e especifique a varíavel seguida de dois pontos ":" e sua identificação, dessa forma seu campo Note deve se parecer com isso:
Descrição das variáveis:
v: Volume total
a: Lado maior da base
b: Lado menor da base
h: Altura da base
x: Lado maior do topo
y: Lado menor do topo
z: Altura do tronco (cuscuz)
Tendo feito isso, ao clique nas variáveis do quadro sua descrição será apresentada logo acima. Com a fórmula introduzida e as vaiáveis definidas, entre com o valor de cada uma selecionando-a e, em seguida clicando em Modifica. Insira o valor de cada uma e, ao final, selecione o volume "v" e clique em Solve. O resultado será apresentado no quadro, ao lado da variável "v".
IMPORTANTE:
a) A função Solve só aceita letras minúsculas como variáveis, as quais podem ser seguidas por índices numéricos. No exemplo poderíamos ter utilizado h1 e h2, no lugar das alturas h e x, respectivamente;
b) Ao criar novas fórmulas utilizando variáveis já em uso, ao clicar em Update, os valores do último cálculo serão apresentados. Apenas selecione a variável, e corrija o valor para o cálculo com a nova fórmula;
c) Tome especial cuidado com a colocação dos parenteses na fórmula. A falta ou excesso desses pode acarretar em cálculos incorretos ou mensagens de erro do programa.
Para maiores informações sobre a EasyCalc verifique esse pequeno tutorial (em inglês).



- DayCalc: Calcula a diferença de tempo entre datas, em dias, horas ou uma combinação destes;


- Geometry Calculator: Programa simples para cálculo de área e perímetro de algumas figuras planas como triângulos, arcos e elipses, volumes e superfícies de esferas, cilindros e cones. Também apresenta, no menu Algebra a solução para equações de 2 ou 3 variáveis e de segundo grau.

- Lyme: Um espécie de MatLab para Palm. Um programa poderoso para cálculo numérico e sistema de matrizes, inclusive com funções gráficas. Possuí um quantidade de funções matemáticas superior as apresentadas pela EasyCalc. Descompacte o programa e instale todos os arquivos disponíveis no diretório Install. A documentação detalhada do programa pode ser encontrada aqui.



- Unit Converter Pro: Conversor de unidades englobando, praticamente, todas as grandezas conhecidas. Apenas selecione a unidade de origem em From e destino em To, escreva o valor e o cálculo será feito automaticamente. Algumas das possibilidades de conversão incluem: comprimento, luminância, fluxo magnético, massa, permeabilidade, força, pressão, resistência, temperatura, torque, entre outras.

- PhysConstants: Uma coletânea de constantes físicas e todas as unidades a elas relacionadas.

Todos os programas apresentados são gratuitos podendo ser utilizados livremente, sem restrições para uso.

08 fevereiro 2007

Criando Panoramas


Antes de começar a ler clique na imagem para ampliá-la.Para quem não conhece essa é uma vista da praia de Tambaú, em João Pessoa-PB, captada da coberta do Edifício Maison François, à cerca de 85m acima do nível do mar.
Quantas vezes temos aquela imagem fantástica em nossa frente, com um céu limpo e azul como esse e tudo que pensamos é que mesmo a melhor das câmeras não tem como captar toda a amplitude do momento. Bom, isso pode ser mais fácil do que você imagina. Com a mágica da fotografia digital, e a ajuda de alguns programas gratuitos, tudo é possível.
Existem câmeras especializadas, e extremamente caras, para criação de fotos panorâmicas mas, até mesmo com a câmera digital de um telefone celular é possível criar um panorama de até 360º. Claro que quanto melhor a qualidade da câmera, melhor o resultado final.
A técnica consiste em bater uma seqüência de fotos, de um ponto "A" até um ponto "B", em um movimento de arco (podendo chegar até 360º), procurando deixar uma certa área de convergência entre uma foto e outra e utilizar um programa para "colar" as imagens transformando esse conjunto em uma única foto panorâmica. Isso pode ser feito mesmo sem a utilização de um tripé. Nesse caso recomendo a utilização de uma câmera com visor LCD. À partir da primeira foto procure um ponto de referência na tela, como deixar a linha do horizonte no ponto médio do visor. Isso ajuda a deixar as fotos niveladas para que, após a colagem, as áreas escuras oriundas dos pontos desnivelados sejam minimizadas. Tiradas as fotos é necessário o uso de algum programa para gerar o panorama.



Um dos programas capazes dessa façanha e, na minha opinião, o mais simples de ser utilizado e que gera o melhor resultado é o AutoStitch. Apenas baixe o programa à partir daqui. Descompacte-o em uma pasta específica em seu computador e execute-o (não requer instalação). Uma janela será aberta com quatro menus: File, Edit, Stitch e Help. Antes de criar o panorama o programa deve ser configurado. Clique no menu Edit e escolha Options (clique para ampliar).


A princípio a única configuração necessária é ajustar a escala final do panorama. Isso é necessário pois quanto maior a escala final, mais tempo o programa leva para gerar o panorama e maior o tamanho do arquivo. Lembre-se que, caso você utilize 12 fotos de 5 megapixels para gerar um panorama de 180º, com uma sobreposição de 50% entre uma foto e outra, perfeitamente niveladas o arquivo final terá 30 megapixels e cerca de 6,5 Mb. E para gerar esse arquivo, mesmo no melhor dos computadores, o programa levará horas trabalhando. Recomendo que, na primeira tentativa utilize uma escala de saída de 10% apenas para ver o resultado final. Caso seja aceitável aumente a escala para melhorar a resolução. Como sugestão, se usar uma resolução alta, como 5 megapixels, não deixe a escala maior que 50%. Clique Ok, selecione o menu File -> Open e escolha todas as fotos de sua seqüência, selecione a primeira e, segurando a techa shift, selecione a última, clique em Abrir e o processo será automaticamente iniciado. Ao final será gerada uma imagem com o nome de Pano.jpg que será gravada no mesmo diretório das fotos originais e será aberta ao final. Normalmente o panorama gerado deve ser "aparado" pois algumas áreas pretas surgirão. Para executar essa tarefa pode ser utilizado um programa de edição de imagens, também gratuito, chamado IrfanView. Baixe o programa na seção download e instale-o. Em seguida abra o panorama, ajuste o zoom, clique na imagem selecionando a área qe será aproveitada, escolha no menu Edit -> Crop selection. Após a apara da imagem essa pode ser salva.
Outra opção para uso do Autostich é ficar bem próximo à um prédio alto, tirar algumas fotos, da base ao topo, sempre lembrando da sobreposição, e abrí-las no AutoStitch para que seja gerado um panorama com a altura total do prédio. É muito útil para tirar uma foto completa da fachada de um prédio alto nos casos em que não existe espaço suficiente para se bater a foto de uma única vez e da distância necessária para que todos os detalhes sejam registrados, como no caso de ruas estreitas ou da presença de algum obstáculo. Mas, antes que as fotos sejam abertas no programa, além de configurar a imagem, deve-se configurar a opção Rotation para Clockwise. Isso fará com que o programa gire as fotos no sentido horário (já que foram tiradas de baixo para cima) para então juntá-las já que, por definição, os panoramas são horizonais. Sendo assim o panorama gerado apresentará o prédio deitado, que poderá ser facilmene corrigido no IrfanView, escolhendo no menu Image -> Rotate left.



O problema dessa técnica é que devido à distância em que as fotos são batidas, o panorama gerado sofre de uma distorção chamada olho-de-peixe, que apresenta a imagem "inflada" no centro, afinando-se na base e no topo. Isso pode ser corrigido com o uso de outro programa gratuito (infelizmente limitado à dez utilizações) chamado PTLens, específico para correção de distorções de lentes. Baixe o programa, instale-o e, na primeira execução, clique no botão Options e selecione o idioma português (de Portugal).


Clique no botão Procurar e selecione o diretório com os panoramas a serem corrigidos. Em seguida selecione a imagem desejada da lista. Deixe marcado na opção Correcção -> Visualizar e Olho-de-peixe. Em seguida , num processo de tentativas sucessivas, ajuste os parâmetros das opções Olho-de-peixe e da aba Perspectiva, até atingir um resultado satisfatório. No final clique em Aplicar e a imagem final será salva como NOMEORIGINAL_pt.jpg.
Esse conjunto de programas forma uma solução completa e gratuita para a geração de panoramas à partir de qualquer câmera fotográfica digital. Espero que à partir de agora seja mais simples de guardar aquela paisagem inesquecível ou apenas aquela fachada maravilhosa a qual você nunca conseguiu registrar por falta de ângulo.
Só como informação a imagem exemplo utilizada no PTLens é a Basílica de Nossa Senhora das Neves, padroeira da capital paraibana, localizada no centro histórico.

As modernas sete maravilhas do mundo


A imprensa vem divulgando a participação da estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro como candidata entre uma das sete novas maravilhas do mundo. Esse é um concurso criado pela fundação New 7 Wonders cuja participação é aberta ao público através de sua página na Internet. Parte dos fundos levantados serão usados para restaurações ao redor do mundo. As 21 obras pré selecionadas são:
-Acrópole de Atenas (Grécia);
- Allhambra ou Castelo Vermelho em árabe (Espanha);
- Conjunto de templos de Angkor (Camboja);
- Basílica de Santa Sofia (Turquia);
- Castelo de Neuschwanstein (Alemanha);
- Chichén Itzá (México);
- Coliseu (Itália);
- Cristo Redentor (Brasil);
- Estátua da Liberdade (Estados Unidos);
- Estátuas da Ilha de Páscoa (Chile);
- Grande Muralha (China);
- Kremlin (Rússia);
- Machu Pichu (Peru);
- Opera House (Austrália);
- Petra (Jordânia);
- Pirâmides de Gizé (Egito);
- Stonehenge (Inglaterra);
- Taj Mahal (Índia);
- Templo Kiyomizu-dera (Japão);
- Timbuktu (Mali);
- Torre Eiffel (França).
Das sete maravilhas do mundo antigo: jardins suspensos da Babilônia (Iraque), pirâmides de Gizé (Egito), estatua de Zeus (Grécia), templo de Ártemis (Turquia), mausoléu de Halicarnasso (Turquia) , Colosso de Rodes (Grécia) e o farol de Alexandria (Egito), apenas as pirâmides de Gizé ainda resistem ao tempo e já são candidatas nessa nova eleição.
Com se vê a lista é muito democrática agregando obras dos cinco continentes, incluindo a grata surpresa da participação do Cristo Redentor. Vamos votar, convencer nossos amigos e familiares a também participar e, quem sabe, o Brasil não deixa sua marca na lista definitiva.
Um curiosidade sobre essa lista é que das obras mais modernas, a Torre Eiffel e a Estátua da Liberdade, têm em comum um Engenheiro, o francês Gustave Eiffel. Foi dele a idéia visionária de criar um símbolo para a cidade de Paris à ser inaugurado na Exposição Mundial de 1889 e, além de sua constução, também foi responsável pela fabricação da estrutura metálica interna da Estátua da Liberdade, alguns anos antes.

07 fevereiro 2007

Carregue seus documentos PDF no bolso

O formado Adobe PDF para distribuição de documentos torna-se, à cada dia, mais difundido em todas as áreas de conhecimento, transformando-se hoje, praticamente, um padrão. É facil encontrar manuais, textos técnicos, tabelas e inúmeros outros documentos nesse formato. Ele é tão amplamente utilizado pois o criador do documento tem a (quase)certeza de que sua mensagem será apreciada por todos, com a formatação original, independentemente da plataforma (software + hardware) utilizada para leitura de seu material, pois o leitor desse tipo de arquivos, o Adobe Reader, é disponibilizado para um número cada vez maior de sistemas, inclusive o Palm OS.
E é exatamente no Adobe Reader para Palm OS que "a porca torce o rabo". Eu disse que o criador do arquivo tem a quase certeza de que todos terão a versão original do documento em suas máquinas, independente da plataforma, porque, para o Palm OS, a Adobe criou um leitor de documentos onde é necessária uma conversão, a qual preserva o texto em detrimento das ilustrações, tabelas e gráficos presentes no documento, prejudicando a formatação deste. Tanto é que, até pouco tempo atrás, utilizar documentos PDF no Palm era um suplício.
Mas hoje existe um leitor de documentos PDF para Palm OS, gratuito, que tanto pode ler apenas o texto de um documento, através da instalação de um pequeno programa acessório (útil para documentos com grande quantidade de textos), quanto apresentar todo o documento com sua formatação original na tela do Palm. Além disso, basta que o arquivo PDF original seja copiado para o cartão de memória do Palm, sem conversão, para que possa ser utilziado. Esse programa chama-se PalmPDF.
Para utilizá-lo, baixe-o à partir daqui, descompacte-o em uma pasta no computador e instale o arquivo PalmPDF.prc no Palm. Ao executar o PalmPDF pela primeira vez é recomendável que se utilize a opção de instalar parte do programa no cartão, para isso utilize o menu Options -> To card e em seguida escolha continue. Assim você economizará preciosos 1,2Mb da memória interna de seu Palm.



Se você não tem nenhum documento PDF disponível no memento experimente baixar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e copiar para o cartão do Palm. Abra o PalmPDF e escolha o diretório em que foi copiado. Selecione o arquivo, clique em show e veja que o mesmo é aberto com sua formatação original embora, como é formado apenas por texto, só seja legível à partir de um zoom de 125%.



Para contornar isso você pode usar um programa leitor de e-books como o CSpotRun e instalá-lo no Palm. No próprio PalmPDF, no menu Options -> General é possível escolhê-lo como leitor de texto puro na opção PDoc. Feito isso, mais uma vez selecione a CLT mas dessa vez siga o menu Files -> PalmDoc, clique em Use e aguarde enquanto o programa extrai o texto do documento e veja que o PalmPDF chama o CSpotRun (que está em português) com o texto completo da CLT, desta vez adaptado à tela do Palm.





Caso queira visualizar esse documento novamente, apenas na forma de texto, não é necessário refazer todo esse processo e aguardar a extração do texto novamente (que nesse caso trata-se de 174 páginas e leva quase 3 minutos). Apetas procure o ícone do CSpotRun no Palm e, no canto inferior direito, selecione Doc e verá a lista de documentos cujo texto já tenha sido extraído, selecione o que deseja e a abertura é automárica. Para movimentar o texto no CSpotRun clique na parte inferior da tela (em qualquer ponto) para avançar e na parte superior para retroceder.



Outro exemplo pode ser a visualização de algum catálogo ou detalhes construtivo, como esse exemplo de Sistema de Porta Pronta. Após copiar o documento para um diretório no Palm e antes de abrí-lo no PalmPDF é recomendado que no menu Options -> General, seja definida a opção Mode como Gray (escala de cinza) para a apresentação, pois esse documento é formado basicamente por ilustrações o que o torna pesado. Quanto mais complexo o documento a tendência do PalmPDF é ir reduzindo as tonalidades deste, de Color, passando para Gray até B/W (preto e branco) se mesmo nessa última opção o documento não possa ser aberto será dada uma mensagem de erro.



Essa recomendação também é válida no caso de conversão de documentos CAD, como já citado nesse exemplo. Além disso, nesse caso, recomenda-se que só seja convertido para visualização no Palm apenas as informações essenciais do desenho, deixando-se de lado itens supérfluos como bordas de página (A3, A2...) selos e demais itens que não agregem informação, tanto para que o documento fique mais leve quanto para deixá-lo proporcionalmente menor em tamanho físico já que o zoom do programa é limitado a 200%. Também é recomendado que se aguarde a completa abertura do documento para que esse possa ser explorado. Isso acontece quando o alerta WAIT, em vermelho no canto inferior direito da tala, desaparece.
Essa ferramenta deve ser considerada essencial para quem usa um Palm diariamente no trabalho, permitindo acesso a um vasto acervo de documentos, sem a necessidade de conversões (exceto para arquivos CAD).
E, como última dica, para você criar em seu computador documentos PDF sem a necessidade de ter a versão completa (e caríssima) do Adobe Acrobat, utilize o programa PrimoPDF (também gratuito como o PalmPDF e o CSpotRun). Após instalado ele cria uma impressora virtual em computador permitindo que qualquer programa que tenha a capacidade de impressão gere um documento PDF. Basta selecioná-lo como impressora no momento da impressão.