01 junho 2008

Inserindo imagens CAD em documentos

Normalmente é uma dor de cabeça tentar colocar desenhos técnicos em documentos, sejam textos, planilhas ou apresentações. Isso porque tais imagens são, via de regra, desenhos vetoriais de precisão e os editores que normalmente utilizamos para gerar documentos, seja o MS Word, Excel, ou o OpenOffice não se dão muito bem com eles de maneira direta, isto é, não há uma forma de importar tais desenhos diretamente no documento. Mas isso não significa que não possa ser feito. Vamos, nesse exemplo, tentar inserir um desenho do AutoCad2007, a Figura 1, em um texto do MS Word 2003. Logo se verifica que no menu Inserir->Imagem->Do arquivo... no Word não existe o formato padrão do AutoCAD, o DWG, nem mesmo o formato intercambiável DXF. Uma alternativa seria, no AutoCAD, abrir o arquivo desejado e no menu File->Export... (peço perdão, mas estou utilizando o AutoCad em inglês) selecionar o tipo de arquivo WMF, que é compatível com o Word. Ao escolher essa opção o AutoCAD solicita que você selecione, no desenho, o que quer exportar. Como o tamanho da prancha é muito maior do que a área disponível no Word, decidi selecionar apenas apenas a primeira planta baixa, da esquerda para direita.
Figura 1 - Desenho que será inserido no Word

Mas, como se vê na Figura 2, ao importar o desenho no Word o resultado não é satisfatório. Perceba que o tamanho total da imagem (destacado pelo retângulo preto) é equivalente ao tamanho da área de trabalho do AutoCAD. Isso torna o redimensionamento e locação do desenho no texto muito difíceis.
Figura 2 - Desenho importado no Word com o padrão WMF

Efeito similar ocorre se, no AutoCAD, você selecionar a área do desenho que quer exportar e escolher no menu Edit->Copy (comando copyclip). Para colar a seleção no Word escolha menu Edit->Colar especial...-> Imagem (Metarquivo do Windows), como na Figura 3. Da mesma forma a imagem inserida matém as proporções da área de Trabalho do AutoCAD.

Figura 3 - Colar especial no Word -> Imagem (Metarquivo do Windows)

Para evitar essa diferença na transcrição entre os programas, devemos utilizar uma tática diferente. No AutoCAD eu estava trabalhando na aba de modelo (ModelSpace), agora vou selecionar o desnho na aba de layout de impressão (PaperSpace), como na Figura 4.

Figura 4 - Layout de impressão do AutoCAD (PaperSpace)

No desenho selecionei a área do modelo, dentro do layout de impressão (correspondente a área limitada pelo tracejado branco, com quatro quadrados azuis nos cantos, na Figura 4). Redimensionei essa área até que apareça apenas a parte do desenho que quero exportar para o Word, como apresentado na Figura 5.

Figura 5 - Redimensionando a área do modelo no layout de impressão

Em seguida digito o comando mspace. Isso torna possível selecionar apenas a parte do desenho que desejo exportar para o documento, exatamente na proporção da área de trabalho que fixoei anteriormente. Após ter selecionado a primeira planta baixa escolhi novamente a opção do menu Edit->Copy, como na Figura 6.

Figura 6 - Escolhendo a opção Copy, no menu Edit doAutoCAD, com a área do desenho já selecionada

Finalmente posso colar o resultado no Word, novamente utilizando o menu Editar-Colar especial...-> Imagem (Metarquivo do Windows), dessa vez sem a inconveniente área extra que ocorria antes. O resultado final pode ser visto na Figura 7.

Figura 7 - Resultado final da transferência do desenho para o MS Word

Com isso o desenho pode ser locado de maneira precisa no texto, sem exceder sua área útil e mantendo todos os detalhes do original no AutoCAD. Esse mesmo método foi testado com sucesso no MS Excel, MS PowerPoint e no OpenOffice. apresentando os mesmos resultados.


02 março 2008

Construções realmente rápidas

Quando se pensa em qualquer tipo de construção no Brasil, o prazo mínimo para conclusão é contado em meses ou em anos, no caso de empreendimentos maiores. Lembro de um exemplo emblemático que ocorreu no final dos anos 90 onde morava, em João Pessoa-PB. Era uma das primeiras edições, se não a primeira, de um evento de moda na capital paraibana, que seria realizado no maior shopping da cidade, o Manaíra Shopping. Durante várias semanas percebi a construção de um grande galpão no estacionamento do shopping. Obra tradicional, com direito a alvenaria, estrutura metálica para coberta, e tudo que caracterizava uma construção permanente. Tal obra, apesar de estar sendo executada no estacionamento, não me chamou tanto a atenção pois o shopping sempre estava em expansão e a movimentação típica de canteiro de obras era comum e constante. Só depois de algumas semanas realmente o galpão me chamou a atenção pois estava sendo demolido! Então foi que eu soube que este foi construído para utilização da tal semana de moda. Na época fiquei de boca aberta, como se constrói algo daquela forma, uma estrutura daquelas para ser utilizada apenas por uma semana e ser completamente destruída depois? Creio que o pouco que pode ter sido reaproveitado foi o telhado.

Recentemente, no carnaval de 2008, em visita à capital paraibana, estive no 7º Salão do artesanato paraibano, onde foi montada, na praia do Cabo Branco, uma grande tenda de 8000m2 para o evento, toda em lona com estrutura em aço, perfeitamente adequada ao evento. Não acompanhei a montagem ou desmontagem da estrutura mas posso garantir que durou bem menos que o evento em si, ao contrário do exemplo anterior, e, talvez o mais importante, não gerou entulho e o material foi 100% reaproveitado para outras ocasiões.
Isso é apenas um exemplo de um mercado que existe mas não é de convívio comum para a maioria dos Engenheiros. As construções temporárias ou provisórias. São cada dia mais comums, tendo sua maior parcela de participação no Brasil em eventos como feiras, espetáculos musicais, entre outros. Mas, no resto do mundo também são necessárias em casos com desastras natuaris, guerras, ou outros males que pouco ou nada afetam a nossa terra.
Para alguns, essa necessidade de construções temporárias gerou idéias incríveis.
Uma empresa inglesa chamada Inflate cria diversas estruturas temporárias infláveis para eventos, além de outras necessidades como exploração científica e em casos de abrigos em áreas devastadas por desastres naturais. Também da Grã-Bretanha, os Engenheiros Peter Brewin e William Crawford, inventaram uma barraca inlável fabricada com um tecido impregnado de cimento que, após hidratada e inflada fica rígida como pedra e pode durar cerca de 10 anos. Cada unidade de 16m2 pesa 500 kg e é formada por uma bolha inflável coberta com a lona impregnada com cimento (que eles chamam de ConcretCanvas) e embalada em um saco plástico. Para hidratar o material são necessários 145 litros de água que são colocados diretamente no saco plástico que embala a barraca. Após meia-hora a embalagem é rasgada, a lona desdobrada e cheia com um compressor de ar. Em 12 horos o material já está rígido e pode ser utilizado. Já vem com portas e podem ser adicionadas novas seções, caso necessário. Não é nenhuma beldade da arquitetura mas parece atender ao que se propõe, apesar das críticas de alguns quanto ao peso e a necessidade de uma grande quantidade de água para hidratação, rara em situações de desastres.

A única empresa que conheço que desenvolve soluções para construções infláveis no Brasil é a Náutika que fabrica, além de suas linhas tradicionais de galpões estruturados (estrutura metálica coberta em lona), uma linha de galpões infláveis de grandes dimensões.

Tudo isso só ressalta que necessidades específicas exigem soluções também específicas e, com essas necessidades, novos mercados são criados e idéias desenvolvidas.